Como nasceu essa tendência que você tá usando agora?

Antes de tudo, vamos entender de onde surgiu o termo tendência e onde as primeiras apareceram.

No século 15, a nobreza e burguesia começaram a quererem se “adiantar” sobre o que veriam em alguns meses dentro do mundo da moda, foi aí que foram divididas as primeiras temporadas de moda, as quais seguimos até hoje onde o que vemos nas passarelas está afrente do que vivemos no momento.

Em 1950 os primeiros “mapeadores” de tendências apareceram, ou cool hunters como chamamos hoje, pessoas que veem afrente do que acontece na moda agora e de certa forma preveem o que vem por aí, até porque o povo quis usar da moda assim como as classes mais altas usavam, claro que como pudessem.

Vamos pular um pouquinho no tempo pra onde vivemos hoje.

Bom primeiramente temos que ter em mente que tendências hoje são padrões, que geralmente vem de comportamentos, que pretendem ser reproduzidos em massa.

Coco Chanel costumava dizer que a moda estava em tudo, não só nas roupas ou passarelas, mas principalmente no comportamento das pessoas.

Hoje esse comportamento não é visto apenas na hora de usar uma roupa, mas na forma como ela é pensada e consumida, na forma com que as pessoas a usam para se expressarem ou como uma compra pode afetar toda uma cadeia.

Hoje em dia podemos dividir a “origem” das tendências em 4 grandes blocos que se misturam entre si.

O primeiro é aquele que basicamente todo mundo deve pensar de cara, a passarela.

Nela, designers e stylists mostram suas apostas para a estação e para isso estudam muito previamente cores, shapes, texturas e tudo que transmita a imagem que eles buscam mostrar e compartilhar com o mundo.

É um trabalho onde eles buscam entender também como aquilo despertará a vontade de consumo das pessoas e consequentemente que elas usem tudo aquilo que produziram.

O segundo bloco é o da rua, onde tudo aquilo que vimos na passarela, mesmo que inconscientemente, ganha vida e é reproduzido em massa. A rua é onde as pessoas conseguem usar e reproduzir uma tendencia como bem entendem, misturando mais de uma de uma vez ou não e é ali também que mais pessoas são impactadas por elas, já que muita gente percebe esse padrão e percebe que estamos vivendo uma nova tendencia e buscam saber mais sobre ela.

E geralmente buscam sobre ela no terceiro bloco, a Internet.

A Internet virou o maior canal de comunicação de tendencias que temos atualmente, já que nela você tem acesso ilimitado aos desfiles, a rua, a inspirações e posts e mais posts sobre aquele novo hype do momento.

Ela virou o maior centro de determinação de ascensão e morte de tendências atualmente, já que antigamente demorávamos meses para ver o que teria de novo na moda com as semanas de moda, hoje em um click você vê tudo que bomba hoje e talvez já não bombe amanhã.

Quantos nomes você já ouviu pelo menos esse ano pra algo que já existia, ganhou um nome gringo bonitinho, bombou e agora ninguém nem lembra mais?

E junto com a internet temos o último fenômeno criador de tendências, os influenciadores.

Direta ou indiretamente eles bombam e acabam com trends também, quem nunca usou a roupa igual da Hailey Bieber? A maquiagem igual da Rihanna? Ou quis apostar nos sapatos iguais aos da Kim Kardashian?

Não importa qual seja a sua influenciadora favorita, certamente você já viu alguma trend no feed dela e hoje elas representam muito esse mercado dentro e fora das plataformas.

Mas no fim, a gente faz uma mistura boa de tudo isso e sempre temos novas trends por aí para experimentarmos.

Claro que tudo isso também traria certos “problemas de consumo” como por exemplo o afastamento das pessoas de sua verdadeira personalidade na hora se de vestirem ou fazerem uma compra, fazendo com que a maioria delas se tornem reféns de tendencias na hora de montar suas produções, pode notar tem sempre alguém perto de você ou até mesmo você esperando qual a próxima trend pra ir as compras, o que deixa cada vez a moda original mais difícil e nichada para quem aposta nela.

Tanto consumo também vem afetando o meio ambiente e causando grandes impactos no quesito sustentabilidade, hoje pilhas de roupas são encontradas em desertos como no Chile com descartes de vários países como EUA e China que cada vez mais buscam incentivar o consumo desenfreado das pessoas.

Em contra partida hoje temos alternativas como o mercado de segunda mão que vem crescendo cada vez mais, um maior uso de brechós e bazares, upcycling... tudo isso vem ganhando mais força após a pandemia que também mostrou que o consumo desenfreado um dia pode ficar parado e não servir pra mais nada, então investir em peças que já existiam para não gerar mais gastos é uma ótima ideia e impacta bem menos na cadeia de consumo e no meio ambiente também.

Já descobriu como nasceu essa tendência que você tá usando agora? Conta pra nós.